Colégio Estadual Leonardo Francisco Nogueira – EMNP

A finalidade primeira da página será hospedar todas as manifestações culturais e artísticas do Colégio Estadual Leonardo Francisco Nogueira, das quais serão realizadas espontaneamente; porém, de forma consciente, pelos alunos que aqui frequentam. Contudo, nada impede, que nosso objetivo ultrapasse as fronteiras educacionais a fim de abranger todas as instâncias artísticas de nossa comunidade, região ou nação.

Por conseguinte, iniciamos nossas abordagens culturais e artísticas partindo da abordagem sobre a poesia de Vinícius de Moraes, cujas composições retratam a plenitude dos sentidos, do amor e da vida cotidiana, numa linguagem lírica e envolvente. Além disso, abordamos ainda o folclore brasileiro, fazendo, portanto, um recorte sobre as manifestações folclóricas do Estado do Mato Grosso do Sul, objetivando, dessa maneira, resgatar os costumes, o modo de viver e de sentir das gentes que popularizaram a cultura cotidiana em prol de suas manifestações artísticas.



domingo, 28 de abril de 2013

DANÇAS TÍPICAS DO MATO GROSSO DO SUL



DANÇAS TÍPICAS DO MATO GROSSO DO SUL


O Estado do Mato Grosso do Sul pode ser mapeado e dividido em 3 partes, de acordo com as danças, a saber: Região do Bolsão, Região do Pantanal, e Região de Fronteira.

Região do Bolsão compreende a porção nordeste do Estado - relativa à bacia Sucuriú de Costa Rica a Três Lagoas, incluindo os municípios de Camapuã e seus distritos. (paulistas, mineiros e goianos)

Região do Pantanal compreende a porção oeste do Estado. (cultura pantaneira, desde a fundação de Corumbá e com a formação da cultura Cuiabana séc. XXVIII, influência gaúcha)

Região de Fronteira compreende a porção sul e sudeste. (cultura paraguaia, influência gaúcha).

Região do bolsão -
Arara, Cobrinha ou Revirão:
É uma dança comum no Brasil, recebendo vários nomes, como a dança da vassoura ou dança do chapéu. Sua execução começa com um dançador, que deve tirar outro e outro, até que a fila apresente-se longa, virando ora para um lado, ora para o outro, fazendo movimentos semelhantes aos de uma cobra.
Em determinado momento, os dançadores juntam-se aos pares e aquele que estiver sozinho deve requisitar o par do outro. Quando a música é interrompida, aquele que estiver só, deve pagar uma "prenda" , geralmente declamando um verso.

Caranguejo:
É uma dança de roda, desenvolvida aos pares que batem palmas e sapateiam, permeando com volteados e passeios. Ë uma ciranda executada nos bailes rurais, nos momentos em que tendem a desanimar.

Catira:
É dançada ao som da moda de viola e alegrada pelos "recortados", quando os dançadores intercalam longa série de sapateado e palmeado. É uma dança só de homens, e a mulher raramente participa dela, apenas em momentos de reserva familiar. Geralmente é dançada nas festas antes de começar o baile.

Engenho de Maromba:
Sob o ritmo de um valseado, seus movimentos imitam o movimento do Engenho de Cana. As fileiras de homens e de mulheres rodam em sentidos contrários  entre si, entrecruzando-se na evolução. Os versos cantados no engenho são "chorados" como o próprio engenho de cana. É uma dança executada em finais de baile como forma de despedida.

Engenho Novo:
Consiste numa dança cuja coreografia assemelha-se ao movimento do engenho de cana, e seus versos lembram passagens de trabalho com essa máquina e também conversas entre seus operadores. Ao contrário da dança anterior, a música possui andamento rápido e alegre.

Sarandi:
Também é uma ciranda, mantendo a mesma melodia da roda infantil "Ciranda, cirandinha". Recebe também o nome de Cirandinha. É uma dança de roda, em que os pares dão meias-voltas e voltas inteiras, trocando seus pares. Esse movimento é repetido tantas vezes quanto é o números de pares, intercalando, cada um apresenta seu verso para a moça, para o rapaz ou para o público presente.

Região do Pantanal -
Cururu:
Já foi dança, hoje é mais caracterizada como brincadeira, embora ainda existam alguns passos, executados pelos violeiros, como flexões simples e/ou complicadas, a fim de proporcionar animação. É praticada apenas por homens que tocam suas violas de cocho e ganzás ou cracachás (reco-recos), cantando versos conhecidos ou improvisados, conforme o momento requerer e as toadas falam das coisas do cotidiano pantaneiro.

A viola de cocho é um instrumento construído artesanalmente pelos próprios violeiros, que usam materiais da região, como a madeira do sarã ou timbaúba (ou chimbuva), cola de poca, cordas de tripa de bugio ou de ema. Estudada por alguns pesquisadores, acredita-se que a viola de cocho tenha se originado do alaúde, instrumento musical usado durante a Idade Média que, vindo do Oriente Médio chegou à Europa.

Imagina-se que tenha chegado ao Pantanal por volta do século XVIII, pela Bacia do Prata, único elo de ligação da Província de Mato Grosso com o mundo naquela época.

Siriri:
É uma dança animada em que os pares colocados em fila ou roda descrevem gestos alegres e gentis, com palmas aos pares e ao som de toadas.
Os movimentos são de fileiras simples, duplas, frente a frente, roda e túnel. Recebem nomes como: barco do alemão, carneiro dá, canoa virou, "vamos dispidi". Os instrumentos usados para música são: viola de cocho, reco-reco, (ganzá) de bambu com talho no sentido longitudinal e tocado com um pedaço de osso e o mocho ( tambor) tocado freneticamente com dois bastões de madeira.

Região de fronteira -
Chupim:
Dançado ao som e ao ritmo da polca paraguaia, em número de três pares. Seus movimentos imitam as asas da ave de mesmo nome, ao cortejar a fêmea. À esses movimentos acrescentam-se toques de castanholas, com os dedos, da aculturação espanhola.
Os movimentos da dança são: cadena, tourear o par, dançar e rodar o par.
Às vezes, encontra-se a figura do Carão, que imita o pássaro do mesmo nome e é tido como ave de rapina que tenta a todo momento "roubar" a dama do companheiro.

Mazurka:
Também conhecida como rancheira, muito comum no sul do Brasil, seguindo a mesma configuração dos bailes do Sul.

Palomita:
É uma dança de salão executada ao som de polca paraguaia ou chamamé, embora no Paraguai seja utilizada a música palomita para essa dança. Há revezamento entre os casais.

Polca de Carão:
Na dança existe a brincadeira de um dos dançantes "levar um carão", ou um "fora" do seu pretendido par. A dança de salão continua até que os outros "levem um carão".

Xote:
Além do xote aos pares, registrei também o Xote de Três, que equivale ao Xote de duas damas do sul do Brasil.

Toro Candil:
Deixei por último o Toro Candil, porque ele não se caracteriza como dança, nem como folguedo. Considero-o uma brincadeira feita com o boi (toro - em espanhol), feito de arame, pano e a ossatura natural da cara do boi, abatido para a festa.

Duas tochas acesas são colocadas ao chifre do boi candeeiro ( Candil - em espanhol).
Os brincantes mascarados ( mascaritas - em espanhol), apresentam-se travestidos para não ser reconhecidos ( tanto homens, quanto mulheres), brincam entre si, mudam a voz e falam em idioma Guarani.

Antes da chegada do Toro, fazem a brincadeira bola-ta-ta, uma bola de pano, embebida em óleo e acesa. Chutam a bola de um para outro brincando até que a mesma se apague. Em seguida, entra o toro Candil para alcançar o auge da festa.
Quando se acham cansados, vão para o salão e dançam ( podendo ser homens com homens ou com mulheres, mesmo porque eles não se conhecem) ao som de salsas e merengues.

In "Chão Batido" de Marley Sigriste


Mazurka

O PÉ DE GARRAFA


O PÉ DE GARRAFA
 Mato Grosso do Sul

 
Diz a lenda que o Pé de Garrafa é um bicho homem, cujo corpo é coberto de pêlos, exceto ao redor do umbigo, que tem a coloração branca, ponto que lhe é vulnerável. Possui um pé no formato de um fundo de garrafa, motivo esse que faz com que se locomova aos pulos, como se fosse um canguru, deixando no chão, um rastro com marca de fundo de garrafa. Solta fortes assobios para comunicar que é dono do território, podendo até hipnotizar aquele que se atreve a encará-lo. A vítima que é pega pelo Pé de Garrafa ou tem sua alma aprisionada em seu pé ou é devorado pelo monstro. As únicas formas de fugir da criatura são atravessando um ponto de água corrente ou acertando o umbigo do monstro.

MITOS E LENDAS


 MITOS E LENDAS
Mato Grosso do Sul 
Pantanal

Influenciados pela  dinâmica das águas, os mitos e lendas pantaneiras refletem a relação que a população aprendeu a estabelecer com a paisagem.
Também conhecidos como mitos d'água, espalham-se e chegam a se confundir com a realidade.

Conheça os principais deles:
   
Mãe d'água

Parente da sereia, mantém o mesmo hábito de se pentear em cima de uma grande pedra. Nos dias em que o pescador não consegue pegar peixe, dizem se tratar da benção da mãe d'água sobre o anzol. Protetora dos peixes, é considerada um mito ecológico.


Negrinho d'água

Também conhecido como Caboclo d'água em outras regiões, é uma espécie de Saci-Pererê do rio, que vive fazendo travessuras com os pescadores. Andam em bandos e, no fundo dos rios, há a cidade dos negrinhos d'água. ás vezes, quando capturam um pescador, levam-no para o fundo do rio para dar-lhe surras!

Minhocão ou minhocuçu

É um grande monstro em forma de serpente, que circula pelos rios e águas do Pantanal virando canoas, devorando pescadores, levantando grandes ondas e desmoronando barrancos dos rios. As lendas dizem que não se pode reformar ou restaurar a igreja matriz pois o minhocão encontra-se preso pelos fios de cabelo de Nossa Senhora.
 
Fuça-fuça

Outro bicho aquático, fuça nas partes mais rasas do rio e sua face assemelha-se é de um porco. As areias agitadas sob a água são sinais de que está próximo.

Mãe do ouro

É quase como uma bola de fogo que brota da água ou da terra, indicando que há dinheiro ou ouro enterrado por perto. Por isso é que Mãe do Ouro só aparece em regiões de mineração.


Barco fantasma

Um barco que afundou na Baía de Chacororô no fim do século XIX está até hoje assombrando suas águas. Dizem que ele surge das águas, em meio as ondas e ao som do hino do Divino, misturando vozes de conversas e risos.

 

DESCRIÇÃO DA REGIÃO

O Pantanal é uma das maiores extensões úmidas contínuas do planeta e está localizado no centro da América do Sul, na bacia hidrográfica do Alto Paraguai. Sua área é de 138.183 km² área do Brasil, com 65% de seu território no estado de Mato Grosso do Sul e 35% no Mato Grosso. A região é uma planície aluvial influenciada por rios que drenam a bacia do Alto Paraguai, onde se desenvolve uma fauna e flora de rara beleza e abundância, influenciada por quatro grandes biomas: Amazônia, Cerrado, Chaco e Mata Atlântica.
Pelas suas características e importância esta área foi reconhecida pela UNESCO, no ano 2000, como Reserva da Biosfera, por ser uma das mais exuberantes e diversificadas reservas naturais da Terra.
O rio Paraguai e seus afluentes percorrem o Pantanal, formando extensas áreas inundadas que servem de abrigo para muitos peixes, como o pintado, o dourado, o pacu, e também de animais, como os jacarés, as capivaras e ariranhas, entre outras espécies. Muitos animais ameaçados de extinção em outras partes do Brasil ainda possuem populações vigorosas na região pantaneira, como o cervo-do-pantanal, a capivara, o tuiuiú e o jacaré.
 

Fonte: Pantanal Brasil

 

terça-feira, 23 de abril de 2013

PELA LUZ DOS OLHOS TEUS


Pela luz dos olhos teus
Vinícius de Moraes

Quando a luz dos olhos meus
E a luz dos olhos teus
Resolvem se encontrar
Ai que bom que isso é meu Deus
Que frio que me dá o encontro desse olhar
Mas se a luz dos olhos teus
Resiste aos olhos meus só p'ra me provocar
Meu amor, juro por Deus me sinto incendiar
Meu amor, juro por Deus
Que a luz dos olhos meus já não pode esperar
Quero a luz dos olhos meus
Na luz dos olhos teus sem mais lará-lará
Pela luz dos olhos teus
Eu acho meu amor que só se pode achar
Que a luz dos olhos meus precisa se casar.

domingo, 14 de abril de 2013

GAROTA DE IPANEMA


Garota de Ipanema
Vinicius de Moraes

Olha que coisa mais linda, mais cheia de graça
É ela menina que vem e que passa
Num doce balanço, caminho do mar

Moça do corpo dourado, do sol de Ipanema
O seu balançado é mais que um poema
É a coisa mais linda que eu já vi passar

Ah, por que estou tão sozinho?
Ah, por que tudo é tão triste?
Ah, a beleza que existe
A beleza que não é só minha
Que também passa sozinha

Ah, se ela soubesse que quando ela passa
O mundo inteirinho se enche de graça
E fica mais lindo por causa do amor.

sexta-feira, 12 de abril de 2013

TERNURA



Ternura
Vinicius de Moraes

Eu te peço perdão por te amar de repente
Embora o meu amor seja uma velha canção nos teus ouvidos
Das horas que passei à sombra dos teus gestos
Bebendo em tua boca o perfume dos sorrisos
Das noites que vivi acalentado
Pela graça indizível dos teus passos eternamente fugindo
Trago a doçura dos que aceitam melancolicamente.
E posso te dizer que o grande afeto que te deixo
Não traz o exaspero das lágrimas nem a fascinação das promessas
Nem as misteriosas palavras dos véus da alma...
É um sossego, uma unção, um transbordamento de carícias
E só te pede que te repouses quieta, muito quieta
E deixes que as mãos cálidas da noite encontrem sem fatalidade o olhar
                                                                     [ extático da aurora.